ASPECTOS DA CONSTRUÇÃO ESPACIAL DE MODELOS FIGURATIVOS, POR ESTIMULAÇÃO SEMÂNTICA, EM ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
DOI:
https://doi.org/10.53546/2674-5593.cog.2022.68Palavras-chave:
Estruturação e organização espacial, Dificuldades de aprendizagemResumo
O processo de construção espacial de modelos encontra-se dependente do grau de estruturação e organização espácio-temporal interna dos sujeitos da acção. O objetivo da investigação consistiu na procura de diferenças entre alunos com e sem dificuldades de aprendizagem em termos de tentativas e tempo despendido na execução de tarefas de construção espacial por estimulação e orientação semântica. A hipótese afirma que existem diferenças na quantidade de tentativas e no tempo despendido, quando da execução de tarefas espaciais por estimulação semântica e que a maior expressão é nos alunos com dificuldades de aprendizagem. A metodologia usada recorreu ao instrumento de construção espacial por modelos de estimulação e orientação semântica e consequente manipulação de quatro cubos coloridos de Kosh; assim como à observação de desempenho e entrevista psicológica. Os resultados mostram que na maior parte das idades os alunos com dificuldades de aprendizagem operacionalizam maior quantidade de tentativas e despendem mais tempo na execução de tarefas referentes às provas de construção espacial, comparativamente aos alunos sem dificuldades de aprendizagem. Da conclusão infere-se que os alunos com dificuldades de aprendizagem apresentam déficits, ainda que ligeiros, de estruturação e organização espácio-temporal internos e que existe maior grau de coerência e consistência dos resultados na variante da metodologia por estimulação semântica do que por configurações coloridas do modelo, no que respeita a diferenças da quantidade de tentativas e tempo despendido na execução da tarefa entre alunos com e sem dificuldades de aprendizagem.Referências
AKHUTINA, T. V. Diferenças neuropsicológicas individuais das crianças como fundamento de utilização dos métodos neuropsicológicos na escola. Conferência Internacional em memória de A. R. Luria. Livro das apresentações. pp. 201 – 208, 1998.
AKHUTINA, T. V. Crianças com dificuldades de aprendizagem. Revista Escola Inicial, Nº 12, pp. 20 – 25, 2000.
AKHUTINA, T. V.; PILAEVA, N. M. Superação das dificuldades de aprendizagem: Abordagem neuropsicológica. Moscovo: Piter, 2008.
AKHUTINA, T. V.; PILAEVA, N. M. Diagnóstico do desenvolvimento das funções viso-verbais. Moscovo: Piter, 2003.
ALMEIDA, R. D. Uma proposta metodológica para a compreensão de mapas geográficos. In: R. D. ALMEIDA (Org.) Cartografia escolar (pp. 145 – 171). São Paulo: Contexto, 2014.
ANASTASI, A.; URBINA, S. Testagem psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
BERTOLUCCI, P. H. F. Distúrbios visuo-espaciais e visuo-construtivos. In R. NITRINI, P. CARAMELLI E L. L. MANSUR (Org.). Neuropsicologia: das bases anatómicas à reabilitação. São Paulo: FMUSP, 1996.
CARVALHO, L. C. S. & ASSIS, O. Z. M. A psicogénese das estruturas cognitivas de crianças com dificuldades de aprendizagem e a noção de multiplicação. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 10, pp. 77903 – 77917, out. 2020.
CEMEONOVITCH, A. V. Introdução à neuropsicologia da infância (2ª edição). Moscovo: Genesis, 2008.
CONCEIÇÃO, J.; RODRIGUES, M. Estruturação espacial no 1º ano de escolaridade: da estruturação local para a estruturação global em figuras 2D. Bolema, 34 (67), Ago 2020. http://doi.org/10.1590/1980-4415v34n67a01
CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico – V. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora (3ª ed.). Lisboa: Âncora Editora, 2010.
FONSECA, V. DA Dificuldades de Aprendizagem: Uma Abordagem Neuropsicopedagógica (5ª ed.). Lisboa: Âncora Editora, 2014.
GANZEN, V. A. Descrições sistémicas em psicologia. Leninegrado: Universidade Estatal de Leninegrado, 1984.
GODOI, G. A.; OLIVEIRA, F. N.; AMADO, A. C. S.; REIS, L. A. As noções de espaço e tempo e sua relação com a construção de conhecimentos geográficos. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 7, n. 3, pp. 28556 – 28571, mar. 2021.
GOLDSTEIN, K.; SCHEERER, M. Abstract and concrete behavior: na experimental study with special tests. Psychological Monographs; 53 (2): 1 – 151, 1941.
KOSH, S. C. The block-design tests. Journal of Experimental Psychology, 3 (5): 357 – 76, 1920.
LEFÈVRE, B. H. Avaliação neuropsicológica dos distúrbios visuo-construtivos. In R. NITRINI, P. CARAMELLI E L. L. MANSUR (Org.). Neuropsicologia: das bases anatómicas à reabilitação (pp. 307 – 314). São Paulo: FMUSP, 1996.
LEZAK, M. Neuropsychological assessment. New York: Oxford University Press, 1995.
LOMOV, B. F. Problemas teóricos e metodológicos da psicologia. Moscovo: Ciência, 1984.
LURIA, A. R. Funções corticais superiores do homem. Moscovo: Meditsina, 1969.
LURIA, A. R. Introdução à neuropsicologia. Moscovo: Meditsina, 1973.
MORIN, E. La complexité humaine. Paris: Flammarion, 1994.
OLIVEIRA, D. ET AL Ciência & Vida, 9. Lisboa: Edições ASA, 2015.
OLIVEIRA, E. N.; BROCKINGTON, G. A importância do pensamento espacial. In Revista Educação, 2017. http://revistaeducação.com.br/2017/05/01/importancia-do-pensamento-espacial/
PAGNELLI, T. I. Para a construção do espaço geográfico na criança. In: R. D. ALMEIDA (Org.) Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2014.
PENNINGTON, B. F. From single to multiple-deficit models of developmental disorders. Cognition, Vol. 101, issue 2, pp. 385 – 413, 2006.
PEREIRA, F. O. Teoría sistémico-integrativa del psiquismo humano. Teoría y Crítica de la Psicología, Núm. 10 (2018), 1-23, 2018. http://www.teocripsi.com/ojs/ (ISSN: 2116-3480).
PEREIRA, L. A.; CALSA, G. C. Tomada de consciência: possibilidade de prevenção de dificuldades na construção do espaço topológico em alunos de educação infantil. Revista Psicopedagogia, vol. 30, nº 93, São Paulo, 2013.
PEREJINA, N. V. Papel da organização da experiência cognitiva da criança em idade escolar superior no desenvolvimento da imaginação produtiva. Moscovo: Universidade de Moscovo, 1999.
PERES, L. A. P.; CALSA, G. C. Intervenção construtiva: saber geométrico, jogo e os posíveis e o necessário. Revista Psicopedagogia, vol. 37, nº 114. São Paulo, set./dez. 2020.
PETROVSKI, A. V. Psicologia. Moscovo: Progresso, 1989.
PIAGET, J. O possível e o necessário: evolução dos possíveis na criança, vol. 1. Porto Alegre: Artmed, 1985.
PIAGET, J. Abstracção reflexionante: relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Porto Alegre: Artmed, 1995.
PIAGET, J. El nacimento de inteligência en el niño. Buenos Aires: Crítica, 2009.
PIAGET, J.; INHELDER, B. A representação do espaço na criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
PICHOT, P. Teste dos Dominós (D 48). Manual. Rio de Janeiro: CEPA, 1965.
PILAEVA, N. M. Apoio neuropsicológico nas aulas de aprendizagem correctivo-desenvolvimental. Conferência Internacional em memória de A. R. Luria, Moscovo: Universidade de Moscovo, 1998.
ROYER, F. L.; HOLLAND, T. R. Rotational transformation of visual figures as a clinical phenomenon. Psychological Bulletin, 82, 843 – 868, 1975.
SILVA, P. V.; SANTOS, L. Compreensão da representação bidimensional de policubos por alunos do 6º ano em tarefas de avaliação externa. Bolema: Boletim de Educação Matemática, vol. 32, num. 62, pp. 847 – 868. 2018.
TSVETKOVA, L. C. Reabilitação neuropsicológica: Linguagem e actividade intelectual. Moscovo: Editora da Universidade de Moscovo, 1985.
VELASCO, C. Aprender e envelhecer à luz da psicomotricidade. São Paulo: Phorte Editora, 2006.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1991.
WALLON, H. Evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
ZAZZO, R. Manual para o exame psicológico da criança, 2ª edição. Lisboa: Editora Mestre Jou, 1981.