DA AUTOCONSCIÊNCIA MESSIÂNICA DE JESUS DE NAZARÉ ENQUANTO EBED IAHWEH COMO A PRÓPRIA BERÎT EM PESSOA
DOI:
https://doi.org/10.53546/2674-5593.cog.2022.67Palavras-chave:
Jesus de Nazaré, Ebed Iahweh, Messias, JudaísmoResumo
Se uma construção biográfica de Jesus se caracteriza como inviável e se a consciência de Jesus em relação a si próprio se sobrepõe ao processo de investigação histórica e aos títulos messiânicos ou cristológicos, o artigo assinala que a constituição identitária de Jesus de Nazaré na construção teológico-literária evangélica encerra como elementos determinantes as figuras envolvendo o filósofo, o visionário apocalíptico e o mago. Dessa forma, baseado na exegese histórico-crítica, o texto mostra que escapa à concepção messiânico-judaica a ideia de tais atributos na figura do Messias, que corresponde a “ungido” e incorpora o sentido de “rei” em uma construção que se sobrepõe ao registro da tradição sinótica envolvendo a vida de Jesus que, guardando a condição de rabbi ou de didaskalos (mestre), encerra a construção identitária de um escriba que, contrapondo ao mandamento das Sagradas Escrituras enquanto construção teológico-religiosa da tradição a vontade de Deus, instaura um processo de interpretação autoritativa que converge para a radicalização da exigência e a proclamação da ilimitada vontade de Deus. Assim, fundado na orientação histórico-salvífica, o artigo se detém na autoconsciência messiânica de Jesus de Nazaré enquanto Ebed Iahweh, em um processo que encerra o batismo de João Batista como evento escatológico que implica a correlação entre “cordeiro de Deus” e Ebed Iahweh, sublinhando que Ebed Iahweh e Messias carregam ambos, sob a égide do judaísmo, a missão envolvendo a restauração do relacionamento baseado na aliança instituída entre Iahweh e seu povo, convergindo para uma construção literário-teológica que encerra como aspectos determinantes substituição e aliança em um movimento que assinala que o Ebed Iahweh consiste na própria berît em pessoa.Referências
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