DA AUTOCONSCIÊNCIA MESSIÂNICA DE JESUS DE NAZARÉ ENQUANTO EBED IAHWEH COMO A PRÓPRIA BERÎT EM PESSOA

Autores

  • Luiz Carlos Mariano Da Rosa Mariano da Rosa Research Institute, MDRRI: Texas, USA; Selinus University of Science and Literature, UNISELINUS: London, England, GB; Lucent University, LU: Texas, USA; Universidade Candido Mendes, UCAM: Rio de Janeiro, Brazil; Centro Universitário Estácio Ribeirão Preto, UNESA: Sao Paulo, Brazil; Centro Universitário Claretiano, CEUCLAR: Sao Paulo, Brazil; Espaço Politikón Zôon - Educação, Arte e Cultura, EPZ: Sao Paulo, Brazil.

DOI:

https://doi.org/10.53546/2674-5593.cog.2022.67

Palavras-chave:

Jesus de Nazaré, Ebed Iahweh, Messias, Judaísmo

Resumo

Se uma construção biográfica de Jesus se caracteriza como inviável e se a consciência de Jesus em relação a si próprio se sobrepõe ao processo de investigação histórica e aos títulos messiânicos ou cristológicos, o artigo assinala que a constituição identitária de Jesus de Nazaré na construção teológico-literária evangélica encerra como elementos determinantes as figuras envolvendo o filósofo, o visionário apocalíptico e o mago. Dessa forma, baseado na exegese histórico-crítica, o texto mostra que escapa à concepção messiânico-judaica a ideia de tais atributos na figura do Messias, que corresponde a “ungido” e incorpora o sentido de “rei” em uma construção que se sobrepõe ao registro da tradição sinótica envolvendo a vida de Jesus que, guardando a condição de rabbi ou de didaskalos (mestre), encerra a construção identitária de um escriba que, contrapondo ao mandamento das Sagradas Escrituras enquanto construção teológico-religiosa da tradição a vontade de Deus, instaura um processo de interpretação autoritativa que converge para a radicalização da exigência e a proclamação da ilimitada vontade de Deus. Assim, fundado na orientação histórico-salvífica, o artigo se detém na autoconsciência messiânica de Jesus de Nazaré enquanto Ebed Iahweh, em um processo que encerra o batismo de João Batista como evento escatológico que implica a correlação entre “cordeiro de Deus” e Ebed Iahweh, sublinhando que Ebed Iahweh e Messias carregam ambos, sob a égide do judaísmo, a missão envolvendo a restauração do relacionamento baseado na aliança instituída entre Iahweh e seu povo, convergindo para uma construção literário-teológica que encerra como aspectos determinantes substituição e aliança em um movimento que assinala que o Ebed Iahweh consiste na própria berît em pessoa.

Referências

BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Tradução de João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada. São Paulo / Barueri: Cultura Cristã / Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

BUCKLAND, A. R. Dicionário bíblico universal (Com o auxílio do Rev. Dr. Lukyn Williams). Tradução de Joaquim dos Santos Figueiredo. São Paulo: Editora Vida, 1981.

CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo Testamento. Tradução de Daniel de Oliveira e Daniel Costa. São Paulo: Editora Custom, 2002.

DICIONÁRIO Enciclopédico da Bíblia. São Paulo: Paulus Editora, 2014.

FREY, J. B.; et al. Apocalíptica. Gênero literário. In: DICIONÁRIO Enciclopédico da Bíblia. São Paulo: Paulus Editora, 2014, p. 92.

GOLDBERG, Louis. Midrash. In: PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário bíblico Wycliffe. Tradução de Degmar Ribas Júnior. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 1265.

GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo Testamento. Tradução de Martin Dreher e Ilson Kayser. 3. ed. São Paulo: Editora Teológica, 2002.

RIDDERBOS, Herman. A vinda do reino. Tradução de Augustus Nicodemus Lopes e Minka Schalkwijk Lopes. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

JEREMIAS, Joachim. Teologia do Novo Testamento. Tradução de Pe. João Rezende Costa. São Paulo: Edições Paulinas, 1977.

KOESTER, Helmut. Introdução ao Novo Testamento (volume 2): história e literatura do cristianismo primitivo. Tradução de Euclides Luiz Callonii. São Paulo: Paulus, 2005.

KÜMMEL, Werner Georg. Síntese Teológica do Novo Testamento de acordo com as testemunhas principais: Jesus, Paulo, João. Tradução de Sílvio Scheider e Werner Fuchs. São Paulo: Editora Teológica, 2003.

MARIANO DA ROSA, Luiz Carlos. Abraão e a espiritualidade individual como base da existência autêntica em Kierkegaard: da fé como relação absoluta com o absoluto à fé como a encarnação do absoluto no Deus-Homem Jesus Cristo. TEOLITERÁRIA – Revista de Literaturas e Teologias, PUC/SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo [São Paulo, Brasil], v. 8, n. 18, p. 443-482, jun./dez. 2019.

MARIANO DA ROSA, Luiz Carlos. Abraão como protótipo de uma nova existência em Mircea Eliade e a fé como movimento envolvendo o finito e o infinito em Kierkegaard. Revista Diversidade Religiosa, UFPB – Universidade Federal da Paraíba [João Pessoa, Paraíba, Brasil], v. 8, n. 1, p. 140-166, jan./jun. 2018.

MARIANO DA ROSA, Luiz Carlos. O chamado à decisão entre o conhecimento da vontade de Deus e o arrependimento na teologia escatológico-existencial de Bultmann. Revista Caminhando, UMESP – Universidade Metodista de São Paulo [São Paulo, Brasil], São Paulo, v. 25, n. 3, p. 161-184, set./dez. 2020.

MCCONVILLE, Gordon J. Berît. In: VANGEMEREN, Willem A. Novo dicionário internacional de teologia e exegese do Antigo Testamento. Volume 1. Tradução de Equipe de colaboradores da Editora Cultura Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2011.

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário bíblico Wycliffe. Tradução de Degmar Ribas Júnior. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

VANGEMEREN, Willem A. Novo dicionário internacional de teologia e exegese do Antigo Testamento. Volume 1. Tradução de Equipe de colaboradores da Editora Cultura Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2011.

WILCKENS, U.; FOHRER, G. Sabedoria. In: DICIONÁRIO Enciclopédico da Bíblia. São Paulo: Paulus Editora, 2014, p. 1346.

Downloads

Publicado

2022-12-31

Edição

Seção

Artigos